Sei que como eu, muitas pessoas adoram de paixão a trágica história de amor escrita por Shakespeare. É linda e poética, apesar de curta. Só que, por mais que seja curta, ela é capaz de estraçalhar nosso pobre coração de tristeza por causa do amor desafortunado dos jovens. Mas...
E se a maior história de amor for uma farsa?
E se Romeu e Julieta são imortais e se odeiam?
Pior. E se o Romeu foi um grande pilantra que enganou Julieta?
Resenha de hoje!
Em Julieta Imortal, quem narra a história é a própria Julieta Capuleto. Aos poucos, ela nos conta sua versão do que aconteceu de verdade naquela tumba e nos faz acreditar que Romeu é um baita de um filho da mãe.
Há centenas de anos, foi enganada por seu grande amor e se tornou uma alma imortal, vagando pelo mundo sempre em missão: juntar as almas gêmeas. Ela é uma espécie de agente dos Embaixadores da Luz. Romeu, aquele sacana, era o oposto: um Mercenário, que tinha carta branca para fazer de tudo para que as almas gêmeas não ficassem juntas. Sendo assim, Romeu e Julieta viraram inimigos imortais.
Para completarem suas missões, ambos tinham que se apossar do corpo de pessoas próximas dos amantes. Enquanto Julieta se apossou do corpo de Ariel, uma garota com uma vida beeem bagunçada e considerada esquisita na escola por ver coisas consideradas... impossíveis, Romeu se apossou do corpo de Dylan, um garoto popular e vocalista de uma banda.
Nesse primeiro volume, Julieta logo viu que existia algo estranho. Ela estava fraca (o que ela jamais foi desde que se tornou uma imortal), não conseguia de modo algum contatar sua chefe, a Enfermeira, e o pior: as mentiras de Romeu estavam fazendo sentido. O que a fez refletir sobre o que sabia verdadeiramente sobre os Embaixadores da Luz e os Mercenários. Além disso tudo, ela acabou se apaixonando. Depois de séculos, ela se apaixonou! Não pelo Romeu, mas sim pelo Ben, um garoto misterioso que lhe salvou de mais uma das tentativas de Romeu em matá-la.
Ok. O início é meio confuso. Eu quase desisti algumas vezes, mas fui lendo aos poucos o primeiro capítulo, tentando entender. Quando eu finalmente cheguei no segundo capítulo, quase suspirei de alívio. É ali que começamos a sacar a história toda. E por mais que Romeu fosse um vilão muito do malvado, droga, eu gostei mesmo dele! E a Julieta... tão forte e determinada em ajudar as pessoas, mesmo com todo o ódio que sentia de seu ex-marido durante séculos. Sério, essa autora é, tipo, MUITO CRIATIVA. Vale a pena.
Em Romeu Imortal, finalmente temos o ponto de vista dessa pessoa que foi tão odiada no primeiro volume.
Todos cometem erros, não é? Bem, com Romeu não foi diferente. Em Julieta Imortal, nós vemos somente a ponta do iceberg. Agora, nesse segundo volume, sabemos o que aconteceu de verdade para que Romeu tivesse feito aquela escolha na tumba. Apesar de se mostrar malvado, descobrimos que não é bem assim. Fora isso, sabemos finalmente o que há de errado com os Embaixadores da Luz e com os Mercenários. Daquela vez, Romeu falava a verdade.
Romeu Imortal inicia com ele sofrendo um castigo que os Mercenários impõem a quem os trai: ele estava condenado a "viver" em um corpo em decomposição, o seu próprio corpo, que foi arruinado com o tempo por causa de todo o tipo de atrocidade que Romeu cometeu. Ele estava sendo atormentado por tudo o que jamais sentiu quando era um Mercenário: remorso, arrependimento, dor, ódio... amor. Então, a antiga chefe de Julieta, a Enfermeira, lhe encontrou e lhe propôs algo: se ele conseguisse o amor de Ariel (que era a verdadeira Ariel, já que a alma de Julieta saiu de corpo da garota e ficou presa em uma outra dimensão) iria transformá-lo em um Embaixador da Luz. Só que ele logo percebeu essa missão não ia ser nada fácil. Ele tinha apenas três dias para conseguir seu amor. Fora que, o Dylan verdadeiro havia feito uma aposta imbecil com os amigos antes de Romeu voltar para seu corpo: de que ia conseguir dormir com a aberração da escola. Ou seja, a Ariel. E ela descobriu... Também, ela só era chamada assim por ter reações estranhas e dizer que via e ouvia coisas que ninguém mais via e ouvia. Mas, tudo o que Ariel via e ouvia era real. A Enfermeira sabia que Ariel era perigosa e podia colocar o mundo em risco, por isso precisava que ela sentisse amor. Porque se sentisse ódio...
Não consegui largar esse livro! Romeu conquistou meu coração de uma forma que poucos personagens masculinos conseguiram (os únicos até hoje, das dezenas de livros que li, foram: Cooper de Os Mistérios de Heather Wells; Ian O'Shea de A Hospedeira; Jesse de A Mediadora e Patch de Hush Hush). Ele é engraçado, espirituoso e apaixonante. Ai, se os personagens criassem vida...
Obrigada, Stacey, por ter recriado o Romeu de uma forma tão cômica e deliciosa! <3
Até a próxima segunda!